Editais da Lei Aldir Blanc serão lançados na segunda quinzena de outubro em Minas Gerais
Novo superintendente de Fomento, Capacitação e Municipalização da Cultura, Black Dom também anunciou uma reunião aberta
Em entrevista ao O Tempo News 2° Edição desta segunda (9), o novo superintendente de Fomento, Capacitação e Municipalização da Cultura, Pablo Pires, conhecido como Black Dom, anunciou, em primeira mão, que os editais da Lei Aldir Blanc em Minas Gerais serão lançados na segunda quinzena de outubro, e também convocou a população para uma reunião aberta na próxima segunda (16), às 11h da manhã, na sala João Ceschiatti, no Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1.537), para “discutir a reestruturação do fomento no Estado e apresentar encaminhamentos para os problemas identificados pela sociedade”, apontou Dom.
De acordo com ele, sugestões vindas do recém-lançado Fundo Estadual de Cultura (FEC) serviram para “sanar problemas que não queremos que se repitam e aprender com eles”. “O principal personagem da produção cultural é o povo, precisamos ouvi-lo”. Dom negou que tenha havido falta de diálogo da Secretaria com o setor cultural, apesar das reclamações que geraram, inclusive, a publicação de uma carta aberta, e reiterou que “o diálogo é a base de tudo”. “Sou filho de Exu, dono das encruzilhadas e responsável pelo diálogo com o Pai. Acredito que esse papel já vem para mim desde a minha ancestralidade”, defendeu o entrevistado.
Na Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) desde setembro do ano passado como assessor do setor audiovisual, Dom assumiu a secretaria de fomento há duas semanas, com o objetivo de “trazer o olhar de um pertencente das culturas populares”. “Tenho 39 anos e sou capitão de congado desde os 16. Venho dessa história de música, culturas populares, sou membro de terreiro”, contou Dom. O superintendente ainda falou sobre a execução da Lei Paulo Gustavo. De acordo com ele, o edital inicia em breve a segunda chamada de suplentes, o que foi possível graças à “constatação de uma sobre de recursos que permitiu esse remanejamento”.
Outra novidade revelada foi a “procura por parcerias com universidades para chegar aos interiores e aos lugares mais inacessíveis para a nossa comunicação”. “Essa busca ativa é um interesse nosso, precisamos chegar aos quilombos, às aldeias, esse acesso terá uma atenção especial nos próximos editais”, garantiu o superintendente. Ele avaliou que a cultura vive “um momento histórico, com recursos nunca antes vistos a nível de Estado e de municípios”. “Nem toda prefeitura estava preparada para administrar esse montante em um tempo específico. Nosso papel, do Estado, é dar esse suporte”, disse Dom.
Em relação ao Descentra, criado, justamente, para ampliar o alcance de editais antes restritos aos centros urbanos, ele celebrou a aprovação de “336 projetos neste ano, sendo 110 da área da música e 101 de áreas culturais integradas”, alcançando o teto da Lei Estadual de Incentivo para o ano, que Dom pretende ampliar. “A cultura demonstrou sua força e os proponentes se mostraram capazes de enviar projetos e habilitá-los”, vaticinou. O superintendente destacou que, no primeiro semestre, houve a “geração de 12 mil empregos formais por meio dos editais, sem contar os informais”. “A cultura tem se mostrado uma engrenagem que movimenta a economia do Estado, atrelada ao turismo, a nossa outra força motriz”, finalizou.